As questões de adaptação de uma obra literária para a grande tela ganham foco no painel Clarice Lispector e o Cinema | O Livro dos Prazeres, nesta terça, 17 de novembro, último dia do FIM20
Com histórias que são muitas vezes a reprodução do fluxo de consciência de seus personagens, Clarice Lispector galgou o panteão que a coloca entre os escritores brasileiros mais importantes do século 20. Por isso mesmo, transpor um de seus livros para o cinema é sempre um desafio. Como traduzir em imagens pensamentos erráticos, impressões mentais, sensações fugazes e profundamente íntimas? Esse é o tema do painel Clarice Lispector e o Cinema | O Livro dos Prazeres, que completa o ciclo do FIM20 dedicado à celebração do centenário da autora e o debate sobre a adaptação de sua obra para o cinema, que teve ainda no último dia 13 uma Arena Inspiradora dedicada a “A Hora da Estrela”, de Suzana Amaral, morta em julho deste ano.
No painel desta terça, 17, último dia do FIM20, a diretora Marcela Lordy, que tem seu “O Livro dos Prazeres” exibido na cerimônia de encerramento do Festival, fala das questões surgidas ao adaptar uma obra de Clarice Lispector, escrita em uma época bem anterior, para os dias de hoje. O filme, contextualizado na atualidade, é baseado no livro “Uma Aprendizagem ou o Livro dos Prazeres”, que Lispector publicou em 1969. Com mediação da roteirista, pesquisadora e editora Fabiana Werneck, o debate conta também com as participações da tradutora e ensaísta Eliane Fittipaldi e da acadêmica Nádia Batella Gotlib. Um time de peso para esmiuçar um processo tão único quanto a transposição de uma obra delicada como a de Clarice de um meio onde tudo é palavra para outro em que a imagem impera.